Comércio Varejista pode fechar 2022 com o maior faturamento em 14 anos
Com desempenho 37% acima da média histórica para o primeiro semestre, o faturamento acumulado até junho somou mais de meio trilhão de reais
Impulsionado pelas lojas de vestuário, tecidos e calçados – que, até setembro, apontaram aumento nas vendas em 22% –, o comércio varejista no Estado de São Paulo deve conquistar o seu melhor ano, desde 2008, quando se deu início à série histórica da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A informação foi dada pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, Sincomércio-BSVR, Omar Abdul Assaf, que afirmou que a projeção é que a comercialização cresça 9%, em 12 meses, na comparação com 2021, superando o movimento do período em R$ 88,6 bilhões.
“Faz algum tempo que temos apontado o bom momento do comércio, principalmente depois do fim das restrições trazidas pela pandemia, com forte crescimento ainda no primeiro semestre deste ano.”, salientou Omar Abdul Assaf.
Com desempenho 37% acima da média histórica para o primeiro semestre, o faturamento acumulado até junho somou mais de meio trilhão de reais – R$ 53 bilhões (ou 11%) a mais que o valor registrado em igual momento no ano passado.
Segundo o estudo da FecomercioSP, é nítida a reação dos setores que mais sentiram as contingências impostas para o controle da pandemia, em 2020. Entre janeiro e junho de 2022, com exceção das concessionárias de veículos e das lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, todas as atividades analisadas demonstraram recorde histórico nas vendas. Destaque positivo para as lojas de vestuário, que, durante as restrições impostas pelo avanço da covid-19, sofreram a maior retração da histórica (-31%). Em 2021, retomaram o crescimento, e, neste ano, o segmento tende a mostrar nova expansão, em virtude da demanda reprimida por roupas e calçados – após quase um ano de consumo essencialmente voltado a bens essenciais reprimida por roupas e calçados.
Entre janeiro e setembro de 2022, o faturamento do comércio varejista bateu novo recorde histórico, ao atingir R$ 812 bilhões – quase R$ 70 bilhões acima de igual período do ano passado. O bom desempenho pode ser justificado pelo melhor rendimento das famílias, graças à redução do desemprego e ao maior saldo de contratações formais, assim como pela normalização do cenário da pandemia, com reabertura das lojas e livre circulação de pessoas.
Consequentemente, para viabilizar o resultado positivo – com taxas setoriais mais modestas do que as registradas em 2022 –, será essencial que os fundamentos econômicos (como juros, câmbio e equilíbrio fiscal) se mantenham estáveis, sustentando a confiança dos agentes econômicos.
Caso isso ocorra, será possível alcançar novo crescimento do varejo paulista de até 2%, o que poderia ser considerado um excelente resultado, dada a excepcional performance registrada neste ano.